sexta-feira, 8 de maio de 2009

Eu não devia falar disto aqui mas aqui vai. Por causa de uma mulher, fui ameaçado de morte pelo namorado marital. Eu mato-te seu...! foram as palavras. No desenvolvimento da situação, eis-me a ter que prometer que a vou esquecer, e que não vai acontecer nada entre nós. Dava jeito ter um GPS do amor para não andarmos por ruas perigosas, com delinquentes ou irmos parar a becos sem saída, e para encontrarmos o nosso príncipe encantado, ou princesa. Mas suspeito que esse GPS a ser inventado, levará uma empresa à falência, pelo número de reclamações acumuladas, devido a defeitos de fabrico, e às desilusões causadas pelas garantias do produto. Ideal seria um GPS para a vida, diriam uns. Mas isto é tudo um absurdo, porque aí teríamos que ter um GPS para o espermatozóide, e não estou a ver os outros espermatozóides a aceitarem que um deles tivesse GPS e os outros não. Se todos tivessem GPS era a mesma coisa que ninguém ter, a confusão era a mesma. Isto tudo para dizer, que não há lei, vacina, garantia, perfeição, timing para o amor! Mas será que as pessoas não conseguem perceber isto! Se é uma flecha, se é um relâmpago, se é uma bomba, não telefonam antes a dizer o lugar e a hora. O amor é coisa de terroristas sem piedade, em que o cenário da mais insuportável violência não os demove, além de serem extremamente profissionais. Penso que cúpido foi o primeiro terrorista da história! E ele que tem um ar tão patusco e divertido. Se existe o crime perfeito, é no amor. Digam-me lá se já prenderam algum culpado! Não prenderam por uma razão muito simples: o culpado está no corpo humano! Mas qual artéria, qual órgão, qual neurónio? Não dá para saber, todos têm álibis perfeitos! Tínhamos que prender o corpo humano no seu todo, tínhamos que acusar todos os seres humanos! Voltamos a cair no absurdo! Digam se isto não dá vontade de rir! Transformar o amor num brinquedo que se desmonta à descoberta de como funciona, transformar esse brinquedo num comando da televisão com não sei quantos canais, tentando quebrar o tédio, ligar e desligar o brinquedo quando nos apraz! Não brinquemos ao amor, apesar de ele ter muitas funções hilariantes. Exigem do amor algo que não está na sua natureza: ser obediente, ser propriedade de alguém. O amor é Luz, só existe em plena liberdade e naturalidade. O que fazer? Existem muitas coisas dentro de nós, sem que tenhamos controlo sobre elas, e ainda por cima são elas o fio condutor da nossa vida; a única coisa a fazer é tornarmo-nos aptos em as desvendar, mas outras incompreensíveis surgirão. A vida regenera-se, o amor também, além do seu poder curativo e fracturante. Se nos tentarem enfiar um GPS no crâneo, a golpes de catanada ou com um tiro certeiro, só nos resta a esperança de nos surgir um sorriso nos lábios, por mais este absurdo desenrolar dos acontecimentos.

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