quarta-feira, 1 de abril de 2009

Acordei às 5h, às vezes acontece, e para não variar senti a falta de um grande abraço. Não o abraço do mundo que encontro nos livros, nos pássaros e nas flores, mas um abraço de carne e osso, com respiração dentro. Às vezes perco o coração por todas as coisas que gosto, se calhar porque gosto de coisas que não fazem nada dentro do meu coração, são meros aconchegos intelectuais disfarçados de palhaços feliz. Tantos filmes, livros, quadros, espectáculos, música, guardados dentro do meu coração, e eis que quando preciso de um abraço de carne e osso, cai tudo no chão, tal a desarrumação. Vou tentar fazer uma arrumação, esta coisa de nos emocionarmos com tudo e mais alguma coisa faz com que, quando precisamos de um abraço de carne e osso com respiração dentro, o nosso coração, não sabendo onde ele estará, pare, à espera que a cabeça diga o que fazer. E a cabeça está sempre a pensar em várias coisas ao mesmo tempo, não é capaz de parar um bocadinho, e deixar o coração pensar. Até parece que as emoções estão na cabeça! Mas um abraço não se dá com a cabeça, além de que a nossa cabeça não é uma coisa bem nossa, somos vários. O coração sim, é singular, assim como os abraços que se dão e se recebem. Por isso, hoje acordei a querer ser eu, em carne e osso, com coração dentro, e por isso, desejei tanto um grande abraço de carne e osso, com coração dentro, e respirar.

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