segunda-feira, 29 de março de 2010

Roshi Bernard Glassman é um professor zen que está à frente de um projecto para sem-abrigo na zona de Yonkers, em Nova Yorque. Da última vez que o ouvi falar, disse-me uma coisa que me desconcertou: afirmou que não faz propriamente este trabalho para ahudar os outros, fá-lo por sentir que mudar-se para as áreas da sociedade que rejeitou é o mesmo que trabalhar com as partes de si mesmo que rejeitou.
Embora se trate de um pensamento budista comum, é difícil vivê-lo. Até é difícil ouvir dizer que aquilo que rejeitamos lá fora é o que rejeitamos em nós, e que o que rejeitamos em nós é o que vamos rejeitar lá fora. (...) Ter compaixão começa e acaba com termos compaixão por todas as partes indesejadas de nós, por todas as imperfeições para as quais nem queremos olhar. A compaixão não é nenhum tipo de projecto de automelhoramento ou de ideal que queiramos prosseguir nas nossas vidas.

Pema Chodron, Quando Tudo se Desfaz, Lua de Papel (Leya), 2007

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