quarta-feira, 3 de março de 2010


Aqui vão algumas coisas que tenho feito. Desenhar é quase como esculpir o abismo. A mão guia-nos, o cérebro diz onde parar, as emoções fervem impacientes. Quero descobrir o que existe dentro dessa pulsão do desenho. Será um interior revelado? Será um exterior transformado por um feitiço? Não quero que exista nenhuma ideia preconcebida em fazer um objecto artístico. Eu semeio linhas, e dou-lhes o movimento de um arado. Sou um Sol. Ilumino orgias.

4 comentários:

  1. Gosto, e gosto da maneira como trabalhas o papel, juntas uma dimensão táctil que complementa a extrema racionalidade dos desenhos - sim porque não há maior racionalidade do que a irracionalidade dirigida.

    ... tem piada,
    sempre pensei que as orgias fossem iluminadas pela Lua...

    ResponderEliminar
  2. Obrigado A.M. Sabes aquilo do Sol saíu assim como uma linha de desenho, ainda bem que comentas para eu me interrogar sobre isso, a escrita das duas frases finais. Quando faço estes desenhos existe uma pessoa que parece que me guia, ou sou eu que busco a sua mão: Vicent Van Gogh. As frases parecem terem sido ditas por ele. Ele era um Sol. Toda a sua obra é dedicada ao Sol, os seus traços, como os meus, são feitos de labaredas, de erupções. A orgia é essa mesma: não existe traço que se queira só ou estático, busca companhia no seu movimento contínuo e sensual, reproduz vida.

    ResponderEliminar
  3. O Sol .De alguma maneira ha sempre um Ícaro escondido na dobras das nossas plumagens não é?
    Atreve-te. Voas muito bem.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.