quinta-feira, 22 de julho de 2010

A proximidade vê claro, vê todas as nuances e metamorfoses.
Ver claro é sentir claro, sem nenhuma nuvem de dúvida.
E como beber a chuva do desejo sem nuvens cheias de sonhos,
sonhos que nos fazem seres etéreos e impenetráveis?
Quando amamos não temos dúvidas sobre o que sentimos,
temos sim, dúvidas sobre o que realmente somos perante esse amor.
Porque o amor exige essa transcendência, exige um ouvido gigante,
que sente cada ínfimo som como uma conquista preciosa do outro
bem dentro de nós. Nesse processo de escuta e do sentir o outro,
algo em nós terá de nascer de completamente novo.
O desejo não pode ser mais o desejo que até aí conhecíamos como tal.
Esse desejo terá de ser completamente singular e sagrado,
algo só revelado tão só ao nosso amor como único.
Como sentir o desejo pelo outro como algo exclusivo e inalienável,
Algo que não podemos dar, nem sentir, a mais ninguém?
O desejo vive da subtileza e do encantamento.
.
Proximidade é sentir o outro sem a ansiedade de o querer sentir próximo.
Porque a ansiedade é gerada pela dúvida de não nos sabermos amados na totalidade,
e de o querermos ser a cada momento.
O que somos quando amamos será o mesmo de quando somos amados?
Gostava de saber mais coisas sobre o amor,
e de estar num estado mais selvagem,
em que o meu corpo respondesse de maneira mais feroz.
mas fiz de mim um mapa demasiado triste e indecifrável,
talvez para os outros pensarem que sou algum tesouro valioso.
Só sei que te amo tanto, por conseguir ver o amor para além,
daquilo que é, e do que o sinto.
Tamanho amor, quero que caiba dentro do meu coração!

18.6.2009

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