sexta-feira, 6 de novembro de 2009




"L'art, c'est très facile ou ce n'est pas"


Giacinto Scelsi, aristocrata, poeta, e um compositor realmente único, talvez pela influência oriental na sua música, quer do Tibete, quer da Índia, quer do Japão(Gagaku, música orquestral da corte, e a música vocal, exemplo dos seus Canti del Capricornio(1962/72). Sobressai nitidamente a sua obra orquestral e coral-sinfónica, além dos quartetos de cordas. Situa-se entre um Xenakis e um Ligeti, mas o efeito sonoro é mais encantatório e meditativo, e de uma força imensa. A obra de piano não atinge a intensidade dessa abordagem orquestral, como em Ligeti, mas revela-nos um Scelsi mais aforístico e experimental, são obras de procura do som, incompletas digamos. Temos as Suites 8 e 9, Quattro Illustrazioni,Cinque Incantesimi , tudo peças de 1952/3, altura em que Scelsi acorda da sua longa depressão, e se assume como mensageiro de uma sonoridade nova, cortando definitivamente com a aprendizagem clássica e o dodecafonismo. Peças muito interessantes e envolventes.

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