quarta-feira, 21 de outubro de 2009


Os diamantes de orvalho
Em cada folha a brilhar,
O tom dorido do ceu,
Tudo parece chorar...

Perpassa no azul cinzento
Que flutua misterioso
Uma saudade tormento,
Um não sei quê de inditoso,
Uma incerteza opressora,
Qualquer coisa de invulgar.
Dês que a minha alma Vos chora,
Tudo parece chorar...

Vivi com Fernando de Medeiros entre o Natal de 1972 a algures em 1976/7. Foram anos de grandes mudanças, entre o Brasil, Faro e por fim Lisboa. Foi com ele que talvez herdei o gosto da leitura (sublinho os livros ainda da maneira que ele o fazia, na lateral e conforme a importância, além de comentários vários). Como antiquário, a sua casa estava cheia de misteriosos objectos. Um cheiro a cêra durante o dia, cêra do restauro de quadros essencialmente do século XVIII e religiosos. Nunca lhe agradeci pessoalmente o me ter despertado para um mundo que ainda me encanta e se entranhou. Obrigado Fernando.

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