segunda-feira, 13 de julho de 2009

Peguei neste livro que tinha já há algum tempo, e nele estão contidos alguns pensamentos que aqui exprimi por mim. Existem por certo, muitas pessoas que compreendem a Vida e o Amor deste modo. Ainda bem. É uma luz intensa que emana e alcança outros, e permite a descoberta do essencial. Obrigado Maria Flávia

VÉNUS é “O Gérmen da VIDA, da FORMA e do AMOR” Alice Bailey

Ensina também que a vibração de VÉNUS é a primeira percepção do Sagrado.
A primeira emoção que o Ser Humano tem da Unidade.
SACRO, o que contém a essência das coisas.
Isso que unifica e integra a dualidade.
O que emociona, por conter a vibração do Espírito.

A VIDA É SAGRADA
O respeito pela vida é uma conquista do Homem inerente à sua evolução.
Traduz uma receptividade venusiana.
Há uma ambiguidade na maneira como VÉNUS é apreendida.
Quem ama valoriza. Se há valoração há relatividade.
Se há relatividade há dualidade.
Se há dualidade há CRUZ, há tensão de opostos.

Por isso, o Amor venusiano tem sempre um reverso de dor, de sofrimento, de limitação.
Amar, é também aceitar a confrontação com o imperfeito.
Em VÉNUS O Amor ainda não é absoluto.

Amar é a única projecção emocional que permite transcender a prisão dos egos-separados, sair da divisão do mundo.
AMAR é UNIR.
Vénus é a primeira experiência de unidade.
Emoção sagrada, resulta do sentimento de expansão do Eu individual.
VÉNUS projecta-se numa ideia, num objecto, num qualquer ser amado.
Amplia a consciência do Eu, libertando-a da amarga solidão de um existir desintegrado e redutor.
VÉNUS projecta-se e identifica-se, para que a emoção de Unidade possa ser, neste mundo dual, novamente recriada.
Neste sentido, o Amor é o encontro do Ser consigo, com o que lhe falta em si, através do outro a quem ama.

VÉNUS ama em dualidade. Procura a Unidade na Dualidade.
Por isso VÉNUS valoriza, exige qualidade. Saber a qualidade é conhecer, inteligir o bom, o positivo, isso a que damos valor.
Não amamos o que não valorizamos e nos aparece sem qualidade.
QUALIDADE, entendida como via do Absoluto, do Imutável, pólo oposto e complementar da QUANTIDADE.
Qualidade, presente ou ausente na Quantidade, o mundo de todos os seres e de todas as coisas.

A Qualidade é inerente ao UM primordial. Contida ou não no DOIS de cada relacionamento.
É um Arquétipo Universal. Só a Qualidade permite sair do relativo, denunciá-lo.
A Qualidade UNIFICA. Remete para a consciência de Leis que ordenam o mundo.
Presente ou não na QUANTIDADE, isso que desdobra e multiplica, e que, contrariamente, remete para a desordem e confusão da existência.

Qualidade e Quantidade, são eternos conceitos da Tradição Sagrada.
Velhos e eternos conceitos, esquecidos ou renegados neste século de transição.
Há que os saber de novo, para que a simbologia de VÉNUS se possa definir.
A noção de QUALIDADE é a própria vibração de VÉNUS, pressentida por complementaridade. Revela-se no que VÉNUS valoriza, no que VÉNUS sempre procura.
Ao valorizar, VÉNUS primeiro discrimina, conhece, para finalmente poder eleger.

VÉNUS é selectiva: gosta ou não gosta.
Esta capacidade de opção e eleição, revela a vibração mental presente no Amor.
Não se pode amar o que se não conhece, ou quem não se conhece ainda.
Inventar o Amor, é não saber amar.
Sem REFERÊNCIAS DE QUALIDADE, não pode haver dinamismo evolutivo.
Amar é a grande referência.
VÉNUS identifica-se com a qualidade do amado, passa-lhe qualidade.
Amar é sempre ampliar o nosso desejo de qualidade.

Amar é o Maior Conhecimento.
Resposta unificadora das energias do Ser.
Quando os Sentimentos com a Mente se pacificam.
Quando o coração e a razão se fundem numa só Emoção.
Quando o Ar, a vibração mental, já pode activar o Fogo, já tem poder de animar a totalidade da vivência interior.
Então o Amor é Visão Absoluta.
A mais alta Vibração da Mente.

Não pode haver identificação com quem não liberta o Eu e não o amplia.
Com quem se revela limitado e redutor.
O mecanismo psíquico presente nesta constatação activa um sofrimento de desencanto. A “dor-de-amor”, tão conhecida de cada um.

Absoluto, Intemporal, o Amor é a nota sagrada do Universo.
Ao sintonizar a sua vibração, vive-se o que é perene, Imutável.
O que jamais pode ser destruído.

VÉNUS dissonante é ainda não saber do Amor.
Os seus aspectos negativos revelam sempre uma qualquer imaturidade.
Exprimem um relacionamento egocêntrico, definido pela energia do planeta com que VÉNUS está em dissonância.
Estes aspectos vão atrair conflitos de relação que obrigam a denunciar a sua não-qualidade.
É o reverso doloroso do Amor: o drama, o equívoco, o desencontro, quando esse a quem se ama, se reconhece como imperfeito.

Sair deste equívoco é atingir um grau de maturidade emocional.
A consciência que permite amar quem se conhece, além da ilusão.
Neste sentido, AMAR é VER.
Inteligir o amado na totalidade da sua proposta de vida.
Aceitá-lo incondicionalmente, pela compreensão do seu dinamismo evolutivo.

VÉNUS é também descobrir no outro isso que em nós desconhecemos.
O que não sabemos de nós próprios e que o ser amado, pelo seu amor, nos revela.
Como se através dele existíssemos mais.
Como se só então, pela emoção do relacionamento, vibrássemos na totalidade.
Pôlo exterior da minha imagem interior, o outro completa e fecha o ciclo da minha identidade.
Quando dois em Um se complementam, vibrando-a-dois, no mesmo Oceano emocional.
Instrumentos que somos de ressonância interna, a-dois vivemos o milagroso ampliar das nossas energias unificadas.

AMAR é sacralizar, tornar Sagrado.
Intuir o Sagrado no não-sagrado.
Separar o Eterno do temporal.
Encontrar Qualidade além do que é precário e indiscriminado.

AMAR é “baptizar” a água poluída do instinto.
Retirar-lhe o medo, que a torna compulsiva e irracional.
Torná-la inteligente.
Dignidade do Homem, devolve-lhe a consciência da sua sacralidade.
Quando sintoniza através do efémero, o que não pode morrer.

AMAR é refazer o mundo.
Reordenar o caos aparente.
Transformar o caos em Cosmos.
É já inteligência do Universo.

Em Maria Flávia de Monsaraz, O amor. A lei. De Vénus à sua oitava, Arteplural Edições, 1992

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