terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Todo o Excelente merece o ostracismo. É um bem, se ele a si próprio se condenar. Todo o Absoluto deve ser banido do mundo. No Mundo tem de se viver com o Mundo. E só se vive, se for no sentido dos Homens com os quais se vive. Todo o bem que há no Mundo provém do interior (e portanto vem-lhe a ele do exterior), mas é apenas uma faísca que, veloz, o percorre. Todo o Excelente faz avançar o Mundo, mas deve desaparecer quanto antes.
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O Mundo tem de ser romantizado. Só assim se voltará a encontrar o sentido original. Romantizar não é senão uma potenciação qualitativa. O Eu inferior identificar-se-á, nesta operação, com um Eu melhor. Tal como nós mesmos somos uma semelhante série de potâncias qualitativas. Eis uma operação ainda totalmente desconhecida. Quando dou ao que é comum um sentido mais elevado, às coisas habituais uma aparência misteriosa, a dignidade do Desconhecido ao que é conhecido, um esplandor de Infinito ao que é finito, eu romantizo. Inversa é a operãção para o Sublime, o Místico, o Infinito - através desta associação, isto é logaritimizado - recebe uma expressão corrente. Filosofia romântica. Lingua romana. Elevação e abaixamento, alternadamente.
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Estados de alma, sensações vagas, impressões e sentimentos indefinidos tornam-nos felizes. Sentimos um agradável bem-estar quando em nós não notamos nenhum impulso preciso, nenhuma série de pensamentos e sensações definidos.
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Novalis

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