Já aqui me disseram que no Amor, a melhor parte é a espera. Enquanto ele não é consumido e destruído. Quando podemos idealizá-lo, quando ele poderá ser perfeito. Continuo a não concordar. O Amor é mais uma força da natureza, com as suas variações metereológicas, algumas bruscas e imprevisíveis.
Existirá um momento perfeito? Existirá um dia em que a brisa da tarde e a chuva repentina nos comove e exalta?
Existem sempre momentos mágicos, mas esses momentos não podem ser sonhados, nem idealizados.
São momentos relâmpago, momentos suspiro, momentos sorriso.
Viver o Amor como que encantado, e salvá-lo no meio da tempestade.

No outro dia comprei um regador de palavras, melhor dizendo, de sílabas, por serem as gotas das palavras.
Não gosto muito desta postura poética, mas preciso deste orvalho significante.
Espero pela primavera, ou pelo brotar de alguma frase mais fresca e límpida.

Poiso, Julho 2009

Ir de férias. Ir e voltar. O movimento. A movimentação. Agosto.
Rever os amigos, ver o pôr do sol em Monsaraz. esperar. olhar.
Voltar aqui, à ilha, ao meu canto, sem palavras gritantes e urgentes.
Estar rodeado de margens, à margem de qualquer definição.